A Mirpuri Foundation Racing Team, com o francês Yoann Richomme como skipper, dominou de forma avassaladora a primeira etapa da The Ocean Race Europe.
A equipa portuguesa liderou a frota desde a largada em Lorient, França, até à aproximação à chegada em Cascais, em que uma opção táctica mais arriscada levou à perda do comando.
A etapa que ligou Lorient a Cascais, com passagem por um waypoint virtual situado perto dos Açores, colocou muitas dificuldades à frota com as condições de vento a mudarem constantemente ao longo dos 4 dias de regata.
A largada foi feita com vento muito fraco, mas Yoann Richomme, nascido naquela cidade francesa, colocou a sua tripulação composta por 10 excelentes velejadores, na liderança rumo ao Atlântico. Posição em que se manteve a quase totalidade da regata.
O vento fraco manteve-se na passagem pela formidável Baía da Biscaia e até ao por do sol do segundo dia, altura em que aumentou de intensidade no Cabo Finisterra.
Após passar a Norte do canal de tráfego marítimo, a Mirpuri Foundation Racing Team comandou de forma determinada rumo ao waypoint virtual situado a 500 milhas. Uma súbita diminuição da intensidade do vento permitiu uma aproximação do grupo perseguidor composto pelo AkzoNobel e o Sailing Poland.
À medida que a frota se aproximou dos Açores, uma muito antecipada frente fria trouxe as condições mais difíceis da etapa, com o vento a soprar forte do quadrante Norte.
O Racing for the Planet rondou o waypoint virtual 30 minutos à frente do segundo classificado AkzoNobel, que estava a 8 milhas de distância. Uma clara demonstração da enorme capacidade da Mirpuri Foundation Racing Team.
Martin Keruzoré, repórter a bordo do Racing for the Planet, descreveu as condições “como num submarino“, mas a experiente tripulação da Mirpuri Foundation Racing Team tirou partido delas e em 24 horas alargou a vantagem para 20 milhas.
O aumento da velocidade levou a que também fosse a primeira a chegar ao vento fraco, que funcionou como uma parede, permitindo que os adversários se aproximassem.
Com 100 milhas para percorrer até à chegada a Cascais, a Mirpuri Foundation Racing Team viu a sua vantagem de 20 milhas praticamente desaparecer e na madrugada do 4º dia, todos os barcos das duas classes estavam alinhados de Norte para Sul, à mesma distância da linha de chegada como numa espécie de recomeço da etapa.
Contudo, houve ainda um obstáculo final à frota na forma do esquema de separação de tráfego comercial do Cabo da Roca. Sem dúvida, o ponto fulcral de toda a regata.
Yoann Richomme e o navegador Nico Lunven rumaram a Norte colocando-se numa posição forte. No entanto, as condições de vento mudaram radicalmente levando a que o domínio inquestionável da Mirpuri Foundation Sailing Team durante toda a etapa tivesse um final menos feliz. A chegada foi emocionante, com a frota a ficar separada por escassos segundos.