Emmanuel Macron assume “totalmente” as consequências da sua viagem ao Qatar

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O Presidente da França Emmanuel Macron referiu esta 5ª Feira que assume “totalmente” o facto de ter viajado para o Qatar para apoiar a seleção francesa durante o Mundial’2022, apesar das polémicas e da investigação sobre suspeitas de corrupção no Parlamento Europeu.

“Eu assumo totalmente”, disse o líder da França à chegada a Bruxelas (Bélgica) para uma cimeira europeia.

“Eu estive a apoiar a seleção de França na Rússia há quatro anos e estou a apoiá-los no Qatar”, continuou o Presidente francês, que assistiu à vitória da França sobre a equipa de Marrocos na 4ª Feira e estará novamente a apoiar a seleção francesa na Final contra a Argentina, no próximo dia 18 de dezembro.

Emmanuel Macron sentiu que os toda a população francesa está com o mesmo estado de espírito.

“Houve muitos debates, as pessoas diziam «não vamos seguir, estamos a boicotar o Mundial na televisão», mas os números das audiências demonstram o contrário”, acrescentou, referindo-se às audiências fortíssimas dos jogos transmitidos pela televisão, apesar dos apelos para boicotar o Mundial’2022.

O chefe de Estado também prestou homenagem à formação de Marrocos, que visitou no balneário na noite do passado dia 14 de dezembro após o jogo.

“Quero dar os parabéns à seleção marroquina e a todo o povo marroquino. Eles realmente fizeram uma boa partida e, sobretudo, um ótimo Mundial”, disse Emmanuel Macron.

O Qatar está envolvido num grande escândalo de corrupção envolvendo a eurodeputada socialista grega Eva Kaili, detida no passado dia 9 de dezembro e desde então destituída do seu cargo de vice-presidente do Parlamento Europeu.

Kaili, de 44 anos de idade, é suspeita de ter recebido dinheiro do Qatar para defender os interesses do país no Parlamento Europeu.

“É necessário nestas matérias que a justiça, o conjunto das autoridades responsáveis façam o seu trabalho”, sublinhou o Presidente francês, saudando a “transparência” neste caso desde que se tornou público.

“É preciso, desde já, conhecer os factos, entender quem está envolvido e depois tomar as providências cabíveis”, disse também.

Recorde-se que a competição de futebol despertou muitas polémicas, seja sobre o respeito aos direitos humanos no Qatar ou mesmo sobre a proteção do meio ambiente.