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Guilherme Serrario: A Trajetória de um Campeão de Pesca

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Guilherme Serrario

Guilherme Serrario iniciou a sua jornada na pesca em 2003, quando se juntou ao Mucifalense para praticar surfcasting, uma modalidade de pesca de praia. Contudo, desde o início, o seu verdadeiro interesse sempre foi a pesca à boia, uma modalidade que requer não apenas sorte, mas também uma grande dose de técnica e conhecimento. Em 2004, com o apoio do tio Henrique, Guilherme decidiu participar em campeonatos de pesca à boia, deixando para trás o surfcasting.

A pesca à boia destaca-se pela exigência técnica, desde a preparação do engodo até à forma como se atrai o peixe. Nos campeonatos, todos os pescadores competem sob as mesmas condições, com regras rigorosas e isco padronizado, incluindo sardinha, carapau, camarão, minhoca e pão. O engodo, composto por 10 litros de sardinha moída e quatro quilos de farinha, pode ser ajustado com água e areia.

Após vários anos de sucesso no Mucifalense, Guilherme mudou-se para Peniche em 2009, onde continuou a desenvolver as suas habilidades. Em 2015, integrou o clube Paço D’Arcos, com o qual tem participado em diversos campeonatos europeus e mundiais de pesca à boia. Este ano, Guilherme competirá mais uma vez no campeonato mundial, que terá lugar na Grécia, continuando a sua longa carreira em competições internacionais.

A carreira de Guilherme é marcada por inúmeras vitórias e prémios. Em 2016, conquistou o título de vice-campeão da Europa, tanto individualmente como em equipa. Ao longo dos anos, tem acumulado vários troféus e medalhas, que simbolizam o seu talento e dedicação ao desporto.

Antes de se dedicar à pesca, Guilherme teve uma carreira promissora no atletismo, representando o Núcleo Sportinguista de Almoçageme, até que uma lesão o levou a trocar a pista pelo mar. Desde então, a pesca tornou-se a sua grande paixão, com o apoio da sua equipa e amigos e do do seu patrocinador, a MARPECHE, Guilherme tem continuado a competir ao mais alto nível.

O material utilizado nas competições é extremamente delicado, com linhas finas que variam entre 0.12 e 0.16 mm. Ao longo dos anos, a quantidade de peixe necessária para vencer uma prova diminuiu, devido à maior competitividade e à sobrepesca. Hoje, pescar entre 4 e 5 kg pode ser suficiente para ganhar uma prova, enquanto no passado era comum capturar entre 20 e 30 kg.

Nas competições, que duram quatro horas, é essencial capturar o peixe assim que ele se aproxima do engodo, pois essa pode ser a única oportunidade durante a prova. Guilherme já representou Portugal em diversas competições europeias, incluindo em países como Itália, França, Espanha, Grécia e Portugal, onde contam com a participação das várias selecçoes num total de 60 a 70 pescadores em prova.

As provas favoritas de Guilherme em Portugal realizam-se em Vila Real de Santo António, no Algarve, um local que considera ideal devido à abundância de peixe. Apesar de algumas competições não terem corrido como esperado, Guilherme mantém o foco e a determinação.

Embora os prémios em algumas competições nacionais possam ser monetários, como os 500€ que ganhou em Aveiro e na Moita, Guilherme prefere as medalhas conquistadas em campeonatos europeus. Para ele, essas medalhas representam o reconhecimento de uma vida dedicada à pesca, uma paixão que continua a nutrir com a mesma intensidade desde que começou a competir.

A pesca, para Guilherme Serrario, não é apenas um desporto; é uma arte que exige paciência, técnica e, acima de tudo, paixão pela pesca.