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Songo quer tornar-se potência do futebol africano

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Paulito: «Jogador moçambicano tem margem de progressão tremenda» DR
António Trigo «Paulito», diretor desportivo, e Marcos Khoza, diretor-geral, estão em Portugal para encontrar o caminho de novas parcerias para o Songo, clube moçambicano que sonha vir a tornar-se numa potência do futebol africano.
Eusébio, Mário Coluna, Matateu, Vicente Lucas, Chiquinho Conde, que é o atual selecionador de Moçambique, foram casos de extremo sucesso no mundo do futebol, mas o filão estagnou e o leão Geny Catano é, por esta altura, dos poucos craques moçambicanos no futebol português.
Paulito encontrou-se com Rui Costa no Seixal DR
Os dirigentes moçambicanos visitaram o Complexo do Seixal, onde se encontraram com o presidente do Benfica, Rui Costa, estiveram em Alcochete para afinar estratégias com Tomáz Morais, diretor desportivo e da formação do Sporting e no Sintrense, e também com Jorge Gurita, administrador da SAD do clube, além de outras reuniões como por exemplo com o Gil Vicente, que já avançou para a parceria com o clube moçambicano.
Tomaz Morais abriu as portas da Academia a Paulito e Marcos Khoza DR
«O União Desportiva do Songo procura abrir portas, criar laços em que os dois clubes se comprometam a colaborar no domínio da formação desportiva, na divulgação e no apoio ao desenvolvimento da prática desportiva e da competição», refere Paulito, acrescentando:
«As parcerias têm como objetivos o sucesso formativo e desportivo dos atletas, através do desenvolvimento da atividade física em geral e do futebol em particular, bem como a partilha na utilização das instalações desportivas e recursos humanos. Temos de encontra o melhor caminho na área na formação de treinadores, de dirigentes e outros agentes desportivos. Viemos a Portugal ver como as coisas são feitas, temos uma enorme vontade em aprender. Queremos levar esta experiência para Moçambique, mostrar como se trabalha em Portugal. É urgente criarmos um intercâmbio entre os treinadores portugueses e os nossos.»
Paulito foi recebido por Jorge Gurita nas instalações do Sintrense SAD DR
Resta Geny Catamo
Depois de tantos craques terem brilhado bem alto em Portugal, hoje Moçambique resume-se a Geny Catamo. Encontra alguma explicação para este «esquecimento»? «Não, desconheço as razões, mas uma coisa é certa, Moçambique tem um potencial tremendo. A formação tem de ser fortemente apoiada por nós no Songo e temos procurado dar-lhe sempre a importância que merece. É um aspeto muito importante que temos de trabalhar. Temos jogadores com grande potencial que queremos trazê-los para Portugal. Têm uma margem de progressão tremenda. Moçambique é o país de Eusébio, Mário Coluna, Matateu, Vicente, Chiquinho Conde, que são excelentes cartões de visita do nosso país. Não podemos esquecer essa realidade».
Três títulos de campeão moçambicano
«Visitamos grandes clubes portugueses mas a nossa ideia, para já, é apostar em clubes de dimensões mais pequenas como é o caso, por exemplo do Sintrense, que tem um potencial enorme. Temos de profissionalizar departamentos que não existem em Moçambique. É preciso melhorar alguns aspetos. É preciso que venham para Moçambique treinadores que organizem o nosso futebol. O nosso clube Queremos tornar o Songo um clube de referência do futebol africano. Temos três títulos de campeão de Moçambique mas existem condições para crescermos muito mais. Faz falta formação ao futebol moçambicano», refere Paulito, que foi internacional moçambicano e passou pelas equipas sul-africanas do Sundows e Manning Ranges, do Ferroviário do Maputo, Costa do Sul e Maxaquene.                                                                                           Miguel Nunes