Ruben Amorim despediu-se do Sporting com uma exibição de gala em Braga graças a uma segunda parte épica. Já com contrato assinado com o Manchester United até junho de 2027 (com mais uma temporada de opção), Ruben prepara-se para viajar esta segunda-feira para Old Trafford.
– Foi um jogo mais difícil que o esperado?
– O desafio estava muito difícil. Sentia que, se marcássemos, a nossa equipa estava mais fresca. A diferença de tempo entre jogos fez diferença, sem dúvida. Eu sabia que, assim que marcássemos um golo, poderíamos dar a reviravolta, mas, até lá, senti que estávamos muito estagnados…
– O jogo com o City tirou força aos jogadores?
– Os jogadores deram muito, na terça-feira, mas, assim que marcámos, acreditei que conseguiríamos dar a volta.
– Foi aqui em Braga que iniciou o percurso como treinador de Liga. Qual o comentário que pode avançar?
– Carlos Carvalhal foi meu treinador, foi muito importante. Queria agradecer ao presidente António Salvador, que fez uma aposta muito arriscada, mas senti que confiava muito em mim, ao Hugo Vieira, que trabalhou na formação e sei que fez muita força para eu ser o substituto do mister Sá Pinto. Dava um filme, porque correu tudo bem, é normal. É a sorte que tenho. Tinha de ser assim. Vou muito feliz.
– Como foi possível esta reviravolta de 0-2 para 4-2?
– Há coisas que não se explicam, não sei, sinceramente não sei… Se calhar, entrou em campo o Vitorino, o Coates, o Neto… Todos esses jogadores «entraram», na segunda parte, e foi especial.
– Foi mais importante que a vitória sobre o United?
– Sem dúvida! Foi muito melhor do que na terça-feira, muito mais importante. Toda a gente que passou por aqui, nestes últimos quatro anos, entrou em campo. Não havia maneira de perdermos este jogo. Este jogo foi o meu melhor momento. Já fui campeão pelo clube do meu coração, que era o meu sonho, mas este momento foi inacreditável. O terceiro e o quarto golo tiveram um significado muito importante para mim. Entraram todos em campo e ganhámos todos juntos, na minha despedida. Tinha de ser assim!
– O que sente nesta hora de despedida de Alvalade?
– É muito difícil resumir isso… Foi uma aventura incrível. Sempre pareci ter as certezas todas, mas tive dúvidas. Tive muita gente que me ajudou. Vivi um contexto especial, muito difícil, mas especial. Sei que o que tenho aqui é difícil de reproduzir noutro sítio, mas faz parte da vida. Eu é que digo obrigado. Foi uma aventura fantástica. Cometi alguns erros e teimosias, mas sempre a pensar na equipa. Posso dizer, de consciência tranquila, que a equipa esteve sempre em primeiro lugar.
– Alguma vez errou no Sporting?
– Bom, tirando o erro que cometi no final da época passada, esta foi a única vez em que pensei em mim, mais do que na equipa, porque, se pensasse na equipa, nunca poderia fazer isto. Obrigado! Desculpem esta decisão, mas senti que era a minha hora e o meu caminho. Tenho de estar de corpo e alma. Agradeço todo o apoio. Há que continuar. Estamos na 11.ª jornada. Na próxima, podemos bater o recorde de melhor arranque de sempre. Há muito a fazer. Depois desta vitória vou mais descansado para Manchester.