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Presidente do Mem Martins: «Mantermo-nos na 2.ª Divisão é o grande objetivo»

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António Augusto é presidente do Mem Martins há 14 anos DR

O presidente do Mem Martins SC, António Augusto, tem uma costela belenense, gosta do convívio com família e amigos, de passar horas no clube, mas no topo da lista de preferências está o clube do seu coração. O clube completou no passado dia 22 de julho 87 anos, António Augusto está na direção do clube há mais de 30 anos e há 14 é o presidente da direção. Como é possível tanto tempo de ligação a um clube? «Não é fácil, mas o amor ao clube faz destes milagres».
Como é gerir um clube de bairro? De onde vêm as receitas? «Não é nada fácil consegui-las! Aqui, na sede, funcionam várias modalidades, os praticantes de algumas delas pagam as mensalidades que servem para ajudar a pagar as despesas com professores, eletricidade, água, transportes, posto médico e por aí fora. Os atletas até aos juniores pagam as suas mensalidades. São estas as nossas maiores fontes de rendimento. Mais apoios? Bom, de vez em quando temos apoios da Câmara de Sintra e da Junta de Freguesia de Mem Martins. Não é aquilo que nós gostávamos mas é o que se pode». Qual o orçamento do clube? Relativamente grandinho, só no futebol temos um custo de 10 mil euros por mês. Com jogadores? Não, nem pensar, ninguém do nosso futebol recebe um tostão».

«Há equipas da 3.ª Divisão a pagar 300 euros»
Mas é normal nestes escalões? «Nem por isso, por exemplo há equipas da 3.ª Divisão Distrital que chegam a pagar 300 euros por mês aos jogadores». Mas com tantas dificuldades como é que o clube sobrevive? «E preciso uma grande ginástica financeira e com os pés bem assentes na terra para não haver derrapagens. Nada de loucuras. Tem de haver muito rigor, muito mesmo!»
Com estes problemas de ordem financeira dava jeito a venda de um craque. Têm algum na forja? «Sim há miúdos bem razoáveis, mas não nenhum Cristiano Ronaldo (sorrisos)… um dia de cada vez».

Pedro Correia: De Mem Martins ao Qatar
Na história da Mem Martins saiu algum jogador para um clube com maior projeção? «Sim, temos um filho da casa que jogou no Mundial do Qatar… Quem? O Pedro Correia que é da seleção do Qatar, é conhecido pelo Ró-Ró. Quando vem a Portugal passa pelo clube… É sempre gratificante, é muito bemvindo a esta casa».
Quantos associados o clube têm? «À volta de 600 pessoas, cada sócio paga dois euros mês. É pouco mas é de coração. Existe, no entanto, um problema, quando as temporadas terminam os miúdos vão embora e levam as famílias atrás… é a vida…»
Há excesso de equipas? «Temos todas as equipas de futebol desde os mais pequeninos até ao seniores. Dá uma dinâmica incrível ao clube».

«Se tivesse o campo pago… » 

Estão na 2.ª Divisão Distrital. Quais as expetativas para a próxima temporada? «O Campeonato arranca a 16 de setembro… estamos a formar plantel, há jogadores que vêm à experiência… vamos ver… Objetivos? Mantermo-nos na 2.ª Divisão é o nosso grande objetivo».
O número de clubes de Sintra complica os apoios da Câmara? «Logicamente que sim. 1.º Dezembro, Sintrense, Pêro Pinheiro, Real SC, Atlético do Cacém, Belas e Monte Abrão são alguns dos clubes que também procuram e têm apoios. Mas uma coisa é certa se eu tivesse o campo pago pela câmara já teria verba suficiente para contratar jogadores, mas assim não pode ser nada…»