Luís Gonçalves conhece como poucos Vitinha, jovem médio do PSG que há dias foi nomeado para a lista de 30 candidatos a melhor futebolista da temporada 2024/25 pela revista France Football. O treinador português, que trabalhou da fomação do FC Porto, falou com o JORNAL DESPORTIVO e deu a conhecer traços interessante de Vítor Ferreira ou melhor de… Vitinha.

– Onde trabalhou com Vitinha?
– Vitinha foi meu jogador no FC Porto, equipa de sub-15, na época 2014/2015…
– E como era o dragãozinho?
– Jovem da geração 2000, sempre foi um rapaz educado, tranquilo e trabalhador. Essa equipa, a qual me deu muito gozo treinar e formar, era composta por vários jovens, aspirantes a jogador profissional de futebol com muita qualidade, alguns estão atualmente no alto nível. Equipa com boa competição interna, portanto.

– Perspetivava-se um bom percurso?
– Vitinha sempre demonstrou vontade em aprender e evoluir, com a humildade própria dos grandes campeões. Jogava a médio centro, na maior parte das vezes como interior (8 ou 10), num sistema de 4-3-3.
– Era sempre titular?
– Nem sempre, mas jogava muitas vezes, e bem. Evoluído tecnicamente, dominando os fatores de jogo individuais, sempre fez da sua inteligência a sua principal «arma». Uma vez veio ter comigo e disse-me: «Mister, preciso de saber em que tenho de melhorar.» Esta atitude vinda de um jovem de 14/15 anos faz toda a diferença, principalmente quando estamos a falar de alguém que já demonstrava muita qualidade, mas queria mais…»
– E depois?
– Bom, o rapaz cresceu e fez-se homem. Cresceu futebolisticamente e humanamente, mantendo a sua humildade e moldando o seu carácter.

– Vaticinava que um dia Vitinha daria salto para PSG?
– Já na equipa principal do FC Porto demonstrou toda a sua qualidade e para surpresa de muitos (não minha), transferiu-se para o PSG. Também aí cresceu como jogador, onde se afirmou com naturalidade, sendo peça fundamental.
– Como o define?
– É um jogador que enche o campo, joga e faz jogar, com excelente leitura e visão e também com chegada e golo. Um jogador completo, mas sempre com vontade de crescer. Falando das capacidades volitivas, vemos um jogador que nunca desiste, que se entrega ao jogo sem reservas e que é capaz de imprimir grande dinâmica e intensidade no seu jogo, mas também pausar e gerir os ritmos que o próprio jogo pede. Vitinha é o cérebro do jogo de Portugal, é um regalo vê-lo jogar e orientar a equipa.

– Tem hipótese de ganhar a Bola de Ouro?
– Está nomeado para a Bola de Ouro deste ano com todo o mérito, só surpreendendo os mais distraídos. Para mim, é um orgulho assistir a todo este trajeto, de um jovem jogador cheio de qualidade futebolística e humana. É um dos meus meninos.