Início Crime Frederico Morais: «Faltam cerca de 1500 guardas nas cadeias portuguesas»

Frederico Morais: «Faltam cerca de 1500 guardas nas cadeias portuguesas»

28
DR

Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), revelou, este domingo (8/9) dados sobre a realidade das prisões portuguesas.

O dirigente adianta que existem 4000 guardas prisionais quando o ideal seria cerca de 5.500 e não tem dúvidas ao afirmar que «faltam cerca de 1.500 guardas nas cadeias portuguesas», e que «existe a necessidade de colocar novos guardas a trabalhar o mais rapidamente possível, através de um concurso para 500 vagas».

O presidente do SNCGP atribuiu a fuga de cinco reclusos no sábado do estabelecimento prisional de alta segurança de Vale dos Judeus, em Alcoentre, a essa falta de guardas prisionais, o que levou a que as torres de vigilância tivessem sido desativadas e demolidas.

O dirigente sindical avançou ainda que, na altura da fuga dos reclusos, estavam de turno 31 guardas prisionais em Vale dos Judeus quando no sistema anterior de escalas seriam 50.

«Falhou não estar um guarda no pátio, que antigamente estaria a controlar, e agora não está porque não há guardas», referiu o presidente do sindicato, manifestando o desejo que «este caso da fuga de reclusos constitua o Dia D para os serviços prisionais, que permita finalmente uma reviravolta completa no sistema prisional português. Precisamos de mudar quase tudo ou mesmo tudo. É importante ter a coragem de mudar, de fazer muito mais e dar condições de trabalho ao corpo da guarda prisional.»

Recorde-se que os evadidos de Alcoentre são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

Foi aberto, de acordo com o DGRSP, um processo de inquérito interno, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção, coordenado pelo Ministério Público.