Está apresentado! Pinto da Costa, antigo presidente do FC Porto, apresentou este domingo o livro «Azul até ao fim». Emocionou-se, falou de ter sido diagnosticado com cancro, do sofrimento, dos momentos que viveu quando soube da doença. Pinto da Costa na primeira pessoa igual a si próprio e que em 42 anos conquistou 2.588 títulos
Na plateia muito bem composta da Alfandega do Porto estiveram Valentim Loureiro, antigo presidente da Liga e do Boavista, António Oliveira, Vítor Baía e Fernando Gomes, nomes ligados ao FC Porto, o músico Quim Barreiros entre muitos outros.
«Comecei a escrever este livro, não para ser um livro, mas para mim. Não queria que ninguém soubesse, ainda hoje não sei o que é uma prostatite, mas de facto soou-me bem. Toda a gente engoliu exceto a minha mulher que, no dia seguinte, com os remédios e internet descobriu o que eu tinha. Mas resolvi escrever para mim, sentia naturalmente que quem sofre um choque como eu sofri, de dizerem que tinha tumor maligno, um cancro, é de facto um choque. Para quem já tenha passado por isso, sabe o que significa, quem não passou, espero que nunca passe. É um grande choque e grande emoção», começou por dizer Pinto da Costa.
«Acho que as pessoas que gostam de mim vão ler o livro e vão comungar das mesmas ideias que eu e vão compreender e até ajudá-los a compreender que eu às vezes tenha momentos de menos serenidade ou mais irritação, porque tenho sempre na cabeça as palavras que o doutor me disse. Não tenho que me queixar, tinha 84 anos, hoje estou com 86 e espero chegara aos 87. Só tenho de agradecer a Deus a vida que me deu», adianta o antigo carismático dirigente portista, acrescentando:
«Devemos encarar a morte não como uma desgraça ou fatalidade, mas com naturalidade. Então eu entendi que a melhor maneira de mostrar isso era pôr na capa um caixão que é para onde irei. Não é um drama, é a realidade. Quis também, ao pôr a bandeira do FC Porto, e o título ‘Azul até ao fim’, também foi escolhido por mim, mostrar o que toda a gente sabe, que 60 anos da minha vida foram dedicados ao FC Porto. Hoje tenho muito orgulho no que fiz com ajuda de muita gente que compôs as minhas direções e que mesmo sem estar nelas me apoiou e ajudou a que conseguíssemos em 42 anos vencer 2.588 títulos.»