Frederico Varandas foi entrevistado pela RTP3 este domingo. O presidente do Sporting falou sobre vários temas. Rúben Amorim, Viktor Gyokeres, Champions foram assuntos dos muitos assuntos em cima da mesa.
– Se tiver de perder Rúben Amorim ou Gyokeres por qual optaria?
– Enquanto administrador estou a viver no futuro, estou já há vários anos preparado para, se aquela peça sair, que peça é que vai entrar. Com uma garantia para mim, a qualidade do processo de trabalho interno tem de se manter. Não sei quando o Sporting vai perder Rubén Amorim, se é este ano, se é para o próximo… isso não é assunto… essa pergunta tem mais de quatro anos. É uma pergunta que deve orgulhar todos os sportinguistas… como é que um dos melhores treinadores do mundo está há cinco anos no Sporting? É fantástico!
– Acreditava, há cinco anos, que Rúben Amorim teria o sucesso que está a ter?
– A contratação de Rúben Amorim ao SC Braga, há quase cinco anos, foi uma decisão 100 por cento racional. Ele teve a coragem de aceitar o desafio e nós éramos muito criticados. Posso dizer, sem problema: Leonardo Jardim, Abel Ferreira, Unai Emery, Rui Jorge, Quique Setién. Todos agradeceram, mas não queriam vir. O Ruben Amorim, ao contrário dos outros, não hesitou.
– É difícil Gyokeres sair do Sporting durante o mercado de inverno?
– Eu diria que é muito, muito, muito difícil… Não há impossíveis na vida, mas não acredito nessa possibilidade. Já marcou muitos, muitos golos, continua a marcar, seria muito, muito, muito difícil, muito difícil.
– Como explica o perdão de mais de 100 milhões euros da banca à SAD leonina?
– Foi um bom negócio para o Sporting e um bom negócio para a banca. O mérito tem de ser todo dado ao meu administrador Francisco Zenha e à sua equipa. Mas, atenção, isto só foi feito porque no final de contas foi bom negócio para todos. Se não fosse, não o teríamos feito. Isso não há qualquer dúvida.
– Acredita na conquista da Champions?
– Não acredito. Não é pela falta de competência da minha equipa e da minha estrutura. Temos de ter consciência do que somos enquanto País, da economia que somos e com quem competimos. Para o Sporting ganhar a Champions teria de correr tudo espetacularmente e os nossos concorrentes teriam de ser profundamente incompetentes.
– A dupla Frederico Varandas/Rúben Amorim pode ser comparada à composta por Pinto da Costa e José Maria Pedroto?
– Ligo muito pouco ao que dizem de mim. Já fui insultado de tudo, durmo bem com isso, mas, de facto, essa comparação com o senhor Pinto da Costa e José Maria Pedroto, se calhar, está a um nível mais difícil de superar. Toda a competência que uma pessoa possa ter, toda a inteligência, vale zero e é uma fraude, se não for alicerçada em valores, em ética. Na minha conceção, seria horrível se eu fosse comparado a esse presidente. Em relação à comparação Rúben Amorim-Pedroto, isso não me diz respeito, isso é mais para o Rúben Amorim responder.
– Consegue dar uma opinião sobre Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa?
– Bom, houve duas fases negras do futebol português e onde não há que ter medo de dizer que esses dois períodos têm dois rostos: Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira. O jogo estava viciado à partida. Era muito difícil. Pinto da Costa tinha toda a sua teia, toda a sua estrutura montada. E mais tarde aparece um Luís Filipe Vieira, onde talvez cansado de investir e não conseguir ganhar faz uma ‘portização’ do Benfica, onde vai buscar pessoas que toda a gente conhece.
– Quem, por exemplo?
– Paulo Gonçalves! Teve peso na conquista do título do Boavista. É um denominador comum em todos os processos. Fez parte da sociedade do Porto, curiosamente foi para o Boavista, onde o Boavista foi campeão. Curiosamente sai do Boavista quando o Boavista desce de divisão no caso Apito Dourado. Passa entre os pingos da chuva e Luís Filipe Vieira vai buscá-lo.