O Sintrense perdeu com o FC Porto, por 3-0, em jogo a contar para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, disputado no Estádio José Gomes, na Reboleira (Amadora).
Num estádio muito bem composto (estiveram 6465 espetadores, sendo a capacidade total de 9288 lugares), com muitos e muitos adeptos do FC Porto sentados nas bancadas – Amadora é uma das cidades onde vivem muitos adeptos portistas -, os «azuis-brancos» entraram de rompante e foram os primeiros a criar perigo, com um remate de Ivan Jaime.
Na resposta, o Sintrense também criou «frisson» com uma jogada de Edney Ribeiro, mas a partir dos 10 minutos foi o FC Porto que começou a impor a sua lei. De jogada em jogada, de remate em remate (pelo meio com um golo anulado por fora de jogo e uma lesão de Wendell, que saiu para os balneários em lágrimas), a formação nortenha chegou ao golo, por intermédio do goleador e titulado Wanderson Galeno.
Mais descansados, os «azuis-e-brancos» tentaram chegar ao segundo golo, mas até a defensiva do Sintrense conseguir suster o ímpeto adversário, apesar do setor atacante não ter criado muito perigo perto da baliza defendida por Cláudio Ramos.
A segunda parte começou como acabou a primeira metade, ou seja, com o FC Porto a dominar e a jogar perto da baliza defendida por Rodrigo Dias. Adivinhava-se o 2-0 a qualquer momento, e o segundo golo dos «dragões» apareceu, aos 54 minutos, depois de um belo trabalho de Ivan Jaime.
O 3-0 apareceu logo depois, por intermédio de Tiago Djaló, natural da Amadora, que assim aproveitou da melhor maneira a oportunidade concedida pelo técnico Vítor Bruno. O terceiro golo da formação nortenha, foi um «rude» para o Sintrense, que a partir daqui «afundou» em termos físicos, mas por outro lado, o FC Porto também relaxou, pois vai entrar numa fase muito complicada até à paragem para os compromissos da Seleção Nacional.
Por isso, os últimos 20 minutos da partida foram muito mal jogados, com remates esporádicos de ambas as equipas, que sentiram que o resultado estava feito e a eliminatória encaminhada para o FC Porto.
Em suma, foi um FC Porto muito forte para o Sintrense, aquele que se apresentou esta tarde na Reboleira, mas mesmo assim a equipa de Sintra mostrou «boa car» e se continuar assim não terá dificuldade em atingir os seus objetivos, que passam pelo apuramento para a segunda fase e consequente luta pela subida de divisão.
Ficha do Jogo:
Estádio: José Gomes, Reboleira (Amadora)
Árbitro: Hélder Carvalho
SINTRENSE: Rodrigo Dias, Leandro Bral, Rodrigo Luís, Francisco Gomes, Francisco Dias, André Silva, Diogo Santos (João Marouca, 83m), Toni Martins (João Hilário, 63m), Chiquinho (Bismak Sanca, 75m), Edney Ribeiro (Silvério Indunga, 82m), Pipas (Guilherme Sequeira, 64m)
Treinador: Pedro d’Oliveira
FC PORTO: Cláudio Ramos, Martim Fernandes, Tiago Djaló, Nehuén Pérez, Wendell, Alan Varela (Rodrigo Mora, 64m), Gonçalo Borges (Danny Namaso, 73m), Iván Jaime, Fábio Vieira (Nico González, 64m), Wenderson Galeno (André Franco, 63m) e Fran Navarro
Treinador: Vítor Bruno
Golos: Wanderson Galeno (25 m), Ivan Jaime (54 m) e Tiago Djaló (59 m)
Pedro d’Oliveira: «Esta não era a nossa realidade»
Pedro d’Oliveira, 28 anos, é o treinador do Sintrense SAD. Reconhece que o jogo foi difícil mas que serviu de aprendizagem aos jogadores do Sintrense SAD e que o objetivo passa por conduzir a sua equipa a ser a melhor dentro da realidade do clube.
«Tivemos muitas aprendizagens, mas mais que tudo é percebermos que quando seguimos o plano, quando somos corajosos, somos resilientes, as coisas acabam por acontecer, por vezes quando duvidamos as coisas ficam mais difíceis. Se acreditarmos uns nos outros, se acreditarmos no processo, se olharmos nos olhos uns dos outros, as coisas vão sempre correr bem», afirmou Pedro d’Oliveira acrescentando: «Agora, mais que tudo é uma aprendizagem, foi isso que disfrutamos, mas isto não pode ser um sonho para nós, esta não era a nossa realidade. Se andamos na 4.ª Divisão, isto para nós é um sonho e não pode ser, isto para nós tem que ser um objetivo, perceber rapidamente o que é que correu mal, e tentar mais cedo ou mais tarde chegar a esse nível. Nós acreditamos no processo, nós sentimos que não temos que estar à espera da oportunidade de aparecer aqui mais gente para ver, não temos que continuar a fazer para quando surgir a oportunidade estarmos preparados.»
«Tenho que ressalvar aqui que quando o jogo acabou, tínhamos sete jogadores que vieram da Distrital. Nós próprios, enquanto equipa técnica na Distrital, sentíamos que tínhamos de trabalhar com profissionais para quando chegasse a oportunidade estarmos prontos», concluiu.
Pipas: «Fizemos um excelente jogo»
Pipas, médio do Sintrense SAD, reconhece a diferença de valor entre as duas equipas mas defende que a sua equipa fez uma excelente partida.
«O jogo foi um bocado daquilo que disse no pré-jogo. Queríamos deixar aqui uma boa imagem e penso que foi isso que aconteceu, estivemos personalizados. Sabíamos que o FC Porto ia ter muito mais bola do que nós, mas tentámos ao máximo competir, foi isso que fizemos, mas o FC Porto é uma grande equipa», realça o médio ofensivo da equipa de Sintra.
«Penso que fizemos um excelente jogo e deixámos uma excelente imagem, era isso que queríamos. Penso que este jogo é uma grande aprendizagem. Temos um grupo de jogadores muito jovens, só temos dois jogadores acima dos 30 anos, e penso que isto será importante para estes jogadores e para mim mesmo, porque vivenciar isto é uma oportunidade única e ganhamos com isso. Agora, é descansar e na 3.ª feira começar a preparar o jogo com o Estrela da Amadora B, que é o mais importante», rematou o medio ofensivo do líder da Série C do Campeonato de Portugal.
Tiago Djaló voltou a casa
Tiago Djaló, que nasceu na Amadora, era um homem feliz. Jogou em «casa», o seu FC Porto ganhou e vê o futuro com otimismo.
«O jogo correu bem e quero continuar a ajudar a equipa a ter alegrias, esse é o meu objetivo. É um dia também especial para mim, porque estou a jogar praticamente em casa, a minha família vive aqui perto e o mais importante agora é descansar e dar o meu melhor, porque há mais jogos», disse Tiago Djaló.
Relativamente à partida, o jogador portista afirmou: «Entrámos bem, entrámos com força, mas o Sintrense também fez coisas boas e conseguiu fazer com que o jogo não fosse fácil, mas a nossa mentalidade é assim, e entrar sempre para ganhar, é essa a mensagem que o mister passa, mas temos que jogar sempre dessa forma, porque jogar para perder não faz sentido», disse Djaló, acrescentando: «Estou feliz pelo jogo que fizemos, agora é dar continuidade ao trabalho e melhorar em alguns aspetos que fazem a diferença.»
João Pereira