A equipa sénior masculina da Associação Desportiva Reguilas de Tires está a fazer uma brilhante época na Série 3 da III Divisão do Campeonato Nacional de Futsal, ocupando uma posição na vanguarda da competição na companhia do Albufeira Futsal e do MTBA.
JORNAL DESPORTIVO entrevistou o presidente Luís Caeiro e o treinador Rui Santos, dois dos principais obreiros do sucesso na equipa do Concelho de Cascais. A viagem teve início no dirigente máximo da Direção do clube do Concelho de Cascais que nos revelou segredos do sucesso dos Reguilas de Tires.
«A data oficial da fundação da AD Reguilas de Tires é 10 de Junho de 2010, mas na realidade tudo começou nos anos 80 com um grupo de jogadores da União de Tires, que sempre que a época desportiva terminava, continuavam a jogar e a participar em torneios de Futebol de Salão – Futsal dos dias de hoje – e já nessa altura se intitulavam como os Reguilas de Tires», começou por afirmar o líder da coletividade cascalense.
«Em 2010 foi o concretizar de um sonho dos fundadores. Temos tido um percurso bastante favorável. Dos 14 anos de existência, sete anos foram disputados na II Divisão Nacional de Futsal e com diversas subidas de divisão. Infelizmente, na época 2022/2023 descemos à III Divisão Nacional, mas já conquistámos três Taças de Cascais em torneios organizados pela União de Clubes de Futebol e Futsal do Concelho de Cascais», revela com orgulho Luís Caeiro.
Aposta na gastronomia e na versão feminina
Em termos de «oferta desportiva, o Reguilas de Tires só tem Futsal, mas nem sempre foi assim, pois antes da pandemia tínhamos uma equipa de Setas, mas infelizmente devido ao confinamento acabou por ser extinta. No Futsal temos todos os escalões de formação, com destaque para os benjamins e juvenis, escalões quepossuem duas equipas. No entanto, a grande conquista foi o termos conseguido iniciar a época 2024/2025 com uma equipa sénior feminina. Além do futsal, temos um grupo gastronómico, que já existe desde 2013 e que pela sua antiguidade e persistência acaba por ser o reflexo da união e gosto por este clube».
Quanto aos objetivos do clube a curto e médio prazo, Luís Caeiro é muito claro: «Apostamos na formação! Recursos humanos com qualidade, isto é, com boa capacidade de técnica de treino e simultaneamente que tenham boas qualidades humanas. Acreditamos que associado à prática do desporto, se conseguirmos reforçar bons valores nas diversas vertentes da sociedade, como o respeito pelo próximo, o espírito de equipa, a solidariedade e o compromisso com o clube, será possível termos atletas e equipas de qualidade. Quanto à equipa sénior, o nosso grande objetivo é, sem dúvida, regressar à II Divisão Nacional, uma vez que ficou um amargo muito grande a descida de divisão na época 2022/2023.»
Rui Santos: «Ficar no clube enquanto for feliz»
Voltámos então a conversa para Rui Santos, que, depois de muitos anos ligado ao futebol, voltou-se «para o treino desportivo em Futsal (como treinador estagiário) na época 2015/2016 no escalão juvenis do Sporting Clube de Portugal, após a conclusão de uma Licenciatura em Educação Física e Desporto com a vertente de Treino Desportivo em Futsal».
Na época seguinte, mudou-se para o Quinta dos Lombos, onde ficou cinco anos. Treinou os seniores (Liga Placard), seniores B (I Divisão Distrital), juniores (I Divisão Nacional) e iniciados (I Divisão Distrital).
Desde 2020 à frente da equipa sénior do Reguilas de Tires e a iniciar a sua quinta época, Rui Santos considera que a sua «permanência é uma incógnita, depende sempre de muitos fatores, mas o clube é desafiante pelo seu crescimento, pelas suas fraquezas e especialmente pelos seus pontos fortes, pela forma como recebe e trata bem e tem sido um percurso cheio de desafios mas muito reconfortante».
«A estrutura diretiva é muito presente e colaborante, os sócios e especialmente os espectadores têm aumentado muito e são um enorme polo motivacional, e não posso deixar de destacar a maneira como todos os atletas e treinadores de todos os escalões se conhecem, apoiam e acrescentam camadas uns aos outros, todas estas razões são âncoras importantes para querermos manter-nos no clube, mas para ser mais objetivo penso ficar no clube enquanto me sentir feliz e motivado e enquanto a Direcção entender que sou a pessoa certa para o lugar quando um destes factores se alterar, será a altura de sair».
«Subir à II Divisão Nacional é objetivo»
Quanto aos objectivos traçados, a equipa sénior masculina «tem como objectivo claro subir à II Divisão Nacional, tendo para isso «as condições, a estrutura técnica e os jogadores, que nos permitem encarar o objectivo de forma positiva».
«Não competimos sozinhos, existem imensas adversidades ao longo do ano, temos muitas equipas adversárias de série que têm muita qualidade e competência e que têm o mesmo objetivo de subida de divisão, portanto resta-nos ser mais consistentes e competentes para podermos chegar ao 1.º lugar no final das 22 jornadas», afirma o líder da equipa técnica.
Continuando a falar dos adversários do Reguilas de Tires, Rui Santos aponta «várias equipas que se destacam pela sua qualidade e pelo nível competitivo que apresentam, embora cada adversário traga desafios únicos, o que torna os jogos mais interessantes e exigentes. É difícil elencar algumas equipas como as mais complicadas, pois dependem de muitos factores, como o momento da época, a forma dos jogadores e a estratégia renovada, mas direi que as equipas que conseguirem ser mais consistentes ao longo do tempo tornar-se-ão nas mais complicadas».
Voltando a falar um pouco mais de si, Rui Santos gostaria no futuro de «estar numa posição onde possa continuar a contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de atletas, de clubes e da metodologia de treino. Um dos grandes objetivos é continuar a aprender e atualizar-me sobre as melhores práticas no treino desportivo, seja na área da performance desportiva, do treino, ou mesmo na psicologia do desporto (área que cada vez mais assume uma importância vital para o sucesso desportivo), para garantir que os atletas tenham as melhores condições para alcançar os seus objectivos», sustenta Rui Santos, acrescentando:
«Desejo colaborar em equipas multidisciplinares onde a experiência adquirida ao longo dos anos possa ser aplicada de maneira eficaz e que, em conjunto, possamos atingir patamares de competitividade mais elevados. Acontecendo isso, terei conseguido reunir as condições paraum processo evolutivo crescente e isso permitir-me-á continuar empenhado e motivado para me manter no treino desportivo.»
A terminar, o técnico do Reguilas de Tires deixa no ar uma reflexão dirigida aos leitores do JORNAL DESPORTIVO: «Acreditem sempre no poder do esforço contínuo e na importância do trabalho em equipa. O sucesso não é construído apenas em momentos de glória, mas no compromisso diário e na superação dos desafios que surgem ao longo do percurso.»